
A vida pacata de um acordar ao som do galo, mal rompe a aurora; o sol a bater nas vidraças, a pacatez do lugar perturbada pela máquina moderna, que emite sons estridentes; a azáfama das lides da terra: a sementeira, a apanha da azeitona, do milho e da batata, os cantares à desgarrada, numa noite de desfolhada, marcavam o calendário dos tempos antigos.
Nos Verões quentes, lavadeiras refrescavam os pés no rio, lavavam mantas e lençóis, branqueando as roupas amarelecidas pelo Inverno.
O rio permanece no seu leito, como que adormecido. Parece ter perdido a memória, continuando indiferente, no seu percurso em direcção à foz.
DC
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