
Assim se inicia o relato deste ex-aluno da Casa Pia de Lisboa. Abandonado pela família aos 11 anos, Bernardo é entregue aos cuidados desta instituição. «Não te preocupes», dizem-lhe, «nunca te vão fazer mal». Os primeiros tempos são difíceis. Loiro, franzino e sensível, o rapaz é gozado pelos colegas mais velhos. Isola-se, não confia em ninguém, só no diário que escreve à noite às escondidas. Até que faz um amigo mais velho, o motorista. Caetano dá-lhe boleias, presentes e carinho. Promete ser o pai que Bernardo nunca teve. Mas pede algo terrível em troca. Seguem-se tempos de dor, de vergonha e de solidão, que por pouco não acabam da pior maneira.
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