sábado, 22 de março de 2014

Ericeira

Com o mar tão perto!
O murmúrio das ondas uuuushhhh
O sol forte da tarde convida a um passeio
na avenida sobranceira ao oceano ou no varandim residencial, que beleza!
Registo para memória futura todo o esplendor paisagístico,
inspira-se o cheiro da maré à mistura
com o perfume inebriante das flores do jardim!
É a primavera jactante, fogosa e perfumada!
Fim de tarde,é tempo de recolher!
DC

quinta-feira, 13 de março de 2014

Poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Deriva - VIII

Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som das suas falas
Que nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flôr das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
 

em "Obra Poética"

domingo, 9 de março de 2014

Descrição

«Uma brisa fria descia pelo rio, desagradável e húmida, chicoteando as folhas que saracoteavam pelo ar como borboletas irrequietas», in O Homem de Constantinopla.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Sentires

Escrevo porque sinto vontade.
E o sentir é assim: impetuoso, forte, profundo, não deixa dormir e acontece num impulso.
Soltam-se as palavras da mente, divagam à procura de sentidos, anseiam ficar como soldadinhos de chumbo muito bem alinhados na prateleira.
Sopra o vento que as sacode, mas elas teimosas voltam a agrupar-se
porque desejam estreitar laços de amizade, ficar firmes , fortes e  unidas e o texto acontece num impulso.
Pode parecer "nonsense" este meu sentir, mas é a chama viva e inflamada pela vontade de escrever...mania de escrever...
DC