Segundo Manuel Madeira Grilo, trata-se de uma publicação de 600 páginas, que contém “cerca de três mil provérbios, organizados por ordem alfabética”.
A obra “reúne um levantamento de provérbios populares efectuado durante dez anos”, contou à Lusa o autor, de 78 anos, que reside na cidade da Guarda, mas natural da freguesia de Freixedas, no concelho de Pinhel.
Manuel Madeira Grilo explicou que decidiu publicar o livro porque “na Língua Portuguesa apenas conhece um dicionário temático”.
Adiantou que iniciou a recolha de provérbios há cerca de 15 anos, quando o seu pai, Arnaldo Grilo, já falecido, lhe ofereceu “um caderno que continha uma recolha com mais de 100”.
“Guardei o caderno, melhorei os meus interesses e a minha afectividade e arranquei [com o projecto] pensando, precisamente no meu pai, que tinha uma sensibilidade enorme para a poesia e para a música”, contou Manuel Madeira Grilo.
Referiu que durante o trabalho de recolha, realizado “em algumas terras do distrito da Guarda”, falou “por várias vezes, com êxito, com a gente idosa que tinha conhecimento dos provérbios”.
Na sua obra, Manuel Madeira Grilo publica provérbios que “passaram de boca em boca, de geração para geração, que são extensivos ao território nacional”.
Na primeira edição são publicados três mil volumes do "Dicionário de Provérbios", mas o seu autor adiantou à Lusa que já tem “em mente” avançar para “uma segunda edição, que será acrescentada e melhorada com provérbios de origem chinesa, japonesa, africana, nórdica, russa, brasileira, persa e árabe”.
O professor reformado, que tem um vasto percurso na área do ensino e do associativismo ao nível do distrito da Guarda, assume-se como um verdadeiro “apaixonado” por provérbios populares.
“Alguns são maldosos, outros resumem com grande precisão a vida das gentes, dos políticos, dos padres, do homem comum, outros são brejeiros, definindo, à sua maneira, a intriga, o soalheiro e o disse-que-disse”, afirmou, em relação ao que o leitor pode encontrar na sua obra.
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