sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano novo

Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as buzinas
Todos os tambores
Todos os reco-recos tocarem:
- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada – outra vez criança
E em torno dela indagará o povo:
- Como é o teu nome, meninazinha dos olhos verdes?
E ela lhes dirá
( É preciso dizer-lhes tudo de novo )
Ela lhes dirá bem alto, para que não se esqueçam:
- O meu nome é ES – PE – RAN – ÇA …
Mário Quintana

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aproxima-se o Natal...


As palavras estão gastas, mas os corações ainda pulsam.
Continuemos a nossa caminhada, espalhando humildemente a alegria e o bem estar, onde quer que nos encontremos, sem cansaço nem desânimo. Não esqueçamos que devemos essa gratidão à nossa família.
Feliz Natal
DC

sábado, 10 de dezembro de 2011

Natal Divino


Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.

O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…

Miguel Torga

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Espelho meu

Olho-te, procurando por mim…

És o admirador secreto, aquele que me faz sorrir, mas também me entristece…O meu cúmplice silencioso!

O fiel companheiro dos meus silêncios, das tristes e ledas madrugadas

Dos olhares doces raiados de luz, ou lacrimejantes de amarguras

Sou, és, somos espelhos projetando imagens, reflexos de nós!

Espelhamos rotinas em desabafos, em sorrisos de cumplicidade…

Espelho meu…

Caleidoscópio da minha alma!

DC

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Para refletir...

Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem: Porquê? Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo: Porque não?
(George Bernard Shaw)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Jeff Buckley- Lilac Wine


Jeffrey Scott Buckley (Anaheim, Califórnia, 17 de novembro de 1966 —- 29 de Maio 1997) foi um cantor, compositor e guitarrista norte-americano.
Conhecido pelos seus dotes vocais, Buckley foi considerado pelos críticos umas das mais promissoras revelações musicais da sua geração.
Buckley morreu afogado durante um mergulho no Wolf River, afluente do Rio Mississipi, em 1997. Jeff deixou apenas um álbum, Grace, na sua carreira a solo. O seu trabalho e o seu estilo único continuam sendo admirados por fãs, artistas e músicos de todo o mundo, reverenciado eternamente.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um olhar…

Clicar na imagem

Bastou olhar o céu, neste fim de tarde escura e amena. Senti-me cativada pela rara beleza celeste.
A lua estava ali, imponente e majestosa, irradiando o firmamento e a terra com o seu manto de luz, estranhamente intenso! Perto de mim, as sombras moviam-se como marionetas articuladas e sonolentas, regressando do palco da vida. Por breves momentos, algumas ficavam inertes, movidas pelo cansaço, ou, tal como eu, pela sensibilidade do seu olhar… Outras, suspiravam e continuavam apressadas, fugindo receosas daquela intensa luz celestial.
No céu, a lua continuava luminosa e deslumbrante, ladeada por castelos de nuvens que se agitavam levemente num bailado circular.
Como é bela a natureza, ao olhar de quem a vê!

sábado, 5 de novembro de 2011

O azul-cinza do céu ao anoitecer.

Contempla o céu e deixa-te elevar como um balão à deriva… flutua na imensidão celeste.

Sente que a escuridão te pressente ao agitar uma leve brisa em teu redor, ganha vida com a tua presença e renasce em ti o desejo de voar …

Deixa que um brilho luminoso seja o ponto de chegada, e a procura de energia, a motivação para partir… E parte, vai ao encontro da estrela de brilho resplandecente, deixa que irradie sobre ti o seu feixe de luz e a força celeste te regenere.

Ao acordar, contempla o azul-claro do céu, mergulha na frescura de um amanhecer de luz e vida.Desperta, será um dia diferente!

DC

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Último Segredo

'O Último Segredo', mais recente romance do escritor e jornalista José Rodrigues dos Santos.

Sinopse

Uma paleógrafa é brutalmente assassinada na Biblioteca Vaticana quando consultava um dos mais antigos manuscritos da Bíblia, o “Codex Vaticanus”. A polícia italiana convoca o célebre historiador e criptanalista português, Tomás Noronha, e mostra-lhe uma estranha mensagem deixada pela assassino ao lado do cadáver.
A inspectora encarregada do caso é Valentina Ferro, uma beldade italiana que convence Tomás a ajudá-la no inquérito. Mas a sucessão de homicídios semelhantes noutros pontos do globo leva os dois investigadores a suspeitarem de que as vítimas estariam envolvidas em algo que as transcendia. Na busca da solução para os crimes, Tomás e Valentina põem-se no trilho dos enigmas da Bíblia, uma demanda que os conduzirá à Terra Santa e os colocará diante do último segredo do Novo Testamento. A verdadeira identidade de Cristo.
Baseando-se em informações históricas genuínas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obra excepcional como o grande mestre do mistério. Mais do que um notável romance, O Último Segredo desvenda-nos a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras.

Rodrigues dos Santos publica o seu nono romance. O anterior, lançado em 2010, foi 'O Anjo Branco' e baseava-se na vida do seu pai, que testemunhou o massacre de Wiryamu, perpetrado pelo exército português em Moçambique durante a Guerra Colonial.


domingo, 16 de outubro de 2011

Tu tens um medo

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.
Cecília Meireles

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Rendimentos de 15 EX Governates

Clique na imagem e veja os rendimentos de 15 políticos portugueses antes e depois de passarem pelo Governo.
Fonte: Expresso

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tomas Tranströmer é o Prémio Nobel da Literatura

O poeta sueco Tomas Tranströmer é o Prémio Nobel da Literatura de 2011.

O poeta e tradutor Vasco Graça Moura disse hoje à agência Lusa que a poesia do autor sueco “tem uma grande força lírica e preocupação social” e considerou-o "um Prémio Nobel muito merecido”. “Ele é muito importante e é o maior poeta sueco vivo”, afirmou. Sobre a obra de Tranströmer, o escritor português sublinhou “a grande força de utilização das imagens, com uma faceta um pouco surrealista”. Vasco Graça Moura traduziu vários poemas de Tranströmer entre eles um sobre Lisboa, “Alfama”, que se encontra na obra “21 poetas suecos”.


The Autumn Leaves By Nat King Cole


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Momentos de pausa

Na nossa vida ocorrem momentos de pausa que proporcionam reencontros de pessoas que se estimam. Apesar de se saudarem na distância através de um clique, anseiam rever-se, olhar-se, trocar lembranças de tempos idos. São rasgos de memórias reavivadas na fluidez da linguagem.
São recortes de um passado que se tornou presente, num breve momento de pausa.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sê paciente, Eugénio de Andrade





Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Os livros de José Rodrigues dos Santos

O Anjo Branco

Críticas de imprensa

«José Rodrigues dos Santos mantém o leitor colado à história.»
Corriere della Sera, Itália

«Um estilo de escrita prodigiosamente poético e melódico que enfeitiça o leitor.»
Literaturzirkel Belletristik, Alemanha

Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção, O Anjo Branco afirma-se como o mais pujante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial - e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.

sábado, 3 de setembro de 2011

"O amor da leitura é um presente do céu." Fénelon , François

História de amor em tempos difíceis:Segunda Guerra Mundial.
O que não falta na narrativa são dificuldades no caminho dos protagonistas e ocasiões que lhes permitam provar o seu valor e persistência. É, na verdade, aqui que reside o ponto mais positivo deste livro: no caminho de dificuldades e na força com que estas são enfrentadas, tendo a esperança como constante, apesar do cenário negro e das situações difíceis.
A escrita directa e os capítulos curtos contribuem para construir uma certa envolvência e manter a curiosidade em saber de que forma acabará a história do casal.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ler é viajar sem sair do lugar

Conjunto de crónicas de viagens de Miguel Sousa Tavares, desde São Tomé e Príncipe até ao deserto de Sahara passando pela Amazónia, entre muitos outros destinos, mas sempre a sul.

O poema de Sophia de Mello Breyner Andersen abre esta grande viagem por terras do SUL.

Deriva

Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som das suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais

As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
Sophia de Mello Breyner Andersen

domingo, 21 de agosto de 2011

Boas leituras!

António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria em nome de uma guerra distante que não era a sua. Deixou para trás a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher que pedira em casamento, num banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz de Vimieiro. Promessa gravada num enxoval imaculado que ficou guardado no armário, à espera do fim daquela maldita guerra. Quando António regressou de Angola, era um homem diferente. Marcado no corpo por anos de guerra e de cativeiro e no coração por um amor impossível que deixara em pleno mato angolano. Regressava para cumprir a promessa que fizera anos antes à sua noiva Amélia, que o julgara morto, e que, em sua memória, tinha enterrado um caixão sem corpo.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sugestão de leitura

Em O sonho do celta, o vencedor do Nobel de Literatura em 2010. Mario Vargas Llosa inspira-se na vida do irlandês Roger Casement, que serviu como cônsul britânico no Congo belga no nício do século 20.A trama, que rendeu viagens de Llosa para a República Democrática do Congo e Irlanda, mistura fatos históricos e de ficção para contar a história do homem que denunciou os abusos aos direitos humanos no Congo belga e na Amazônia peruana, durante o ciclo da borracha.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Coimbra e o Penedo da Saudade




O Penedo da Saudade é um dos mais belos miradouros de Coimbra. Deste espaço romântico e paradisíaco é possível avistar a parte oriental da cidade até ao rio Mondego, a serra do Roxo e, em dias de boa visibilidade, a extremidade ocidental da cordilheira central, a Serra da Lousã com 1204 metros de altitude.
O Jardim distribui-se por diferentes patamares, num aproveitamento perfeito da topografia local. Na área adjacente à avenida, o espaço está dedicado à homenagem de algumas figuras de vulto da nossa cultura, à entrada a estátua de João de Deus, poeta e pedagogo, e, mais à frente, o busto de António Nobre, ao fundo, o de Eça de Queirós, comemorativo dos 100 anos da sua morte.
Profundamente ligado à cultura coimbrã e à sua academia, são inúmeras as placas comemorativas de eventos académicos e reuniões de curso. Verdadeiros ex-libris deste espaço, as placas mais antigas datam de 1855 e estão espalhadas por diversos pontos do Jardim. Contudo, é de visita obrigatória a “Sala dos Cursos” e a “Sala dos Poetas”.
Em cada canto existe um banco, muitos deles escavados ou integrados nos afloramentos de grés, que convidam os visitantes ao repouso, à reflexão, ou mesmo à contemplação da natureza. Espaços como a “Sala de Leitura”, proporcionam o ambiente adequado para a leitura de um livro. Os amantes da botânica podem admirar alguns exemplares da nossa flora autóctone, que se misturam com espécies introduzidas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ponte das Três Entradas



Vinha das margens de um rio de águas claras,
Correndo por entre alas de amieiros verdejantes,
Um Búzio feito de poemas com quadras raras
Lembrando Avé-Marias, cantadas como era dantes.

Subiu a encosta, bateu-me à porta, eu fui abrindo
E ainda surpreso, com a visita que ia chegando,
Avidamente comecei lendo e foi tão lindo,
Ver Pais e Filhos, Avós e Netos o amor cantando.

É por milagre que um Búzio sabe assim ecoar,
Longe do mar à beira de um rio de águas lavadas,
Entre montanhas que a natureza quis enfeitar
E dar de presente à Ponte das Três Entradas.
Recordando o Dr.Vasco de Campos