Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo
que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro
da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio,
Sobre as verdes ervas de uma, na solidão morna do teu quarto,
tu acordares com a embriaguez atenuada,
pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que passou,
a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: “ São horas
de te embriagares. Para não seres como
os escravos martirizados do Tempo,
embriaga-te, embriaga-te sem descanso.
Com Vinho, com Poesia, ou com a Virtude.”
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