segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Bom Ano Novo

Se cada dia cai
 Se cada dia cai, dentro de cada noite,
 há um poço onde a claridade está presa.
 há que sentar-se na beira do poço
 da sombra
 e pescar luz caída
 com paciência.
Pablo Neruda

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal como algo brilhante.…. Regressemos à nossa fé infantil. Grace Noll Crowell

sábado, 15 de dezembro de 2012

NEVOEIRO


Que magnífica paisagem!
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!
Fernando Pessoa

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Água, vida a pulsar!


Água que brotas da rocha,
 fresca, pura e cristalina.
Tu és vida no meu planeta
e o teu pulsar me fascina!

De regato recatado no cantinho da rocha,
tornas -te  ribeiro
e  desces de mansinho a encosta.

A viagem alonga-se …
Outros regatos engrossam o teu caudal e
a descida torna-se sinuosa…
Aparecem os desfiladeiros e as cascatas
e adrenalina torna-se perigosa!
 Numa corrida desenfreada, desces a montanha
e chegas ao vale, numa revolta!

Finalmente, na extensa planície
deslizas lentamente em direção ao mar,
 que te aguarda, desejoso por  te abraçar!
                   
                      dezembro de 2012
                                                 DC

sábado, 8 de dezembro de 2012

UM OLHAR SOBRE A NATUREZA



Nascente do Zêzere

     Observo a água pura e cristalina que brota da rocha com vigor e frescura. 
     Lá do alto, o sol espreita-a, curioso!
     A pequena nascente, indiferente, continua a pulsar e a brilhar como um cristal reluzente, mas frágil. O sol, ofuscado por aquele brilho resplandecente, sente-se orgulhoso por  se considerar o  co-autor  de  tamanha beleza.
     E ela corre, corre para parte incerta… é já um regato a iniciar uma longa e sinuosa caminhada até se transformar numa pequena ribeira.
     E eis que surge o precipício, a cascata. E, indiferente ao perigo, a ribeira, agora esbelta e serena, alonga-se e debruça-se. Longe do seu leito adquire uma brancura gélida e mais agressiva. Transforma-se em corrente forte e imbatível, percorre desfiladeiros, rápida e sôfrega  em busca  da  imensidão do mar.
      Finalmente entra na turbulência do oceano, estende os seus braços e dissolve-se em imensas gotinhas de água, ainda mais reluzentes.
      O sol, já enfraquecido, desaparece no horizonte, e ela  mergulha nas profundezas oceânicas.
                   dezembro de 2012  
                                                      DC