sábado, 8 de dezembro de 2012

UM OLHAR SOBRE A NATUREZA



Nascente do Zêzere

     Observo a água pura e cristalina que brota da rocha com vigor e frescura. 
     Lá do alto, o sol espreita-a, curioso!
     A pequena nascente, indiferente, continua a pulsar e a brilhar como um cristal reluzente, mas frágil. O sol, ofuscado por aquele brilho resplandecente, sente-se orgulhoso por  se considerar o  co-autor  de  tamanha beleza.
     E ela corre, corre para parte incerta… é já um regato a iniciar uma longa e sinuosa caminhada até se transformar numa pequena ribeira.
     E eis que surge o precipício, a cascata. E, indiferente ao perigo, a ribeira, agora esbelta e serena, alonga-se e debruça-se. Longe do seu leito adquire uma brancura gélida e mais agressiva. Transforma-se em corrente forte e imbatível, percorre desfiladeiros, rápida e sôfrega  em busca  da  imensidão do mar.
      Finalmente entra na turbulência do oceano, estende os seus braços e dissolve-se em imensas gotinhas de água, ainda mais reluzentes.
      O sol, já enfraquecido, desaparece no horizonte, e ela  mergulha nas profundezas oceânicas.
                   dezembro de 2012  
                                                      DC

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