| Nascente do Zêzere | 
     Observo a água
pura e cristalina que brota da rocha com vigor e frescura.  
     Lá do alto, o sol
espreita-a, curioso! 
     A pequena nascente, indiferente, continua a
pulsar e a brilhar como um cristal reluzente, mas frágil. O sol, ofuscado por
aquele brilho resplandecente, sente-se orgulhoso por  se considerar o  co-autor 
de  tamanha beleza. 
     E ela corre,
corre para parte incerta… é já um regato a iniciar uma longa e sinuosa caminhada
até se transformar numa pequena ribeira.
     E eis que surge o
precipício, a cascata. E, indiferente ao perigo, a ribeira, agora esbelta e serena,
alonga-se e debruça-se. Longe do seu leito adquire uma brancura gélida e mais
agressiva. Transforma-se em corrente forte e imbatível, percorre desfiladeiros,
rápida e sôfrega  em busca  da  imensidão do mar. 
      Finalmente entra
na turbulência do oceano, estende os seus braços e dissolve-se em imensas
gotinhas de água, ainda mais reluzentes.
      O sol, já
enfraquecido, desaparece no horizonte, e ela  mergulha nas profundezas oceânicas.
                  
dezembro de 2012   
                                                     
DC
 
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