sábado, 31 de março de 2012

A escrita dá prazer.

“Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve” Vergílio Ferreira.

"Devemos escrever para nós mesmos, é assim que poderemos chegar aos outros. "
Eugène Eunesco

Procuras a escrita como quem procura saciar a sede, porque escrever é ser outro. Alheias-te de tudo, ficas a sós com o teu pensamento, transportas para a mão o desejo de fuga ao mundo e ao tempo.

E enquanto desenhas as letras, o teu pensamento flui em palavras semi-nuas, desarticuladas, à procura do teu sentir... Renasces, quando brota em ti a vontade de escrever, abres o teu coração, a tua alma e partilhas com a escrita os teus sentimentos, a tua perceção do mundo.

Depois, saboreias cada palavra, sentes o seu perfume ou a sua raiva e sossegas, porque escrever é soltar emoções.

A escrita é a tua confidente, é a amiga silenciosa que te dá prazer!

DC


Curiosidades da Páscoa


Há muitos anos que se comemora a Páscoa no mundo e em toda a parte é festejada com a oferta de ovos.
Clica para saberes duas histórias sobre a tradição dos ovos da Páscoa.
São muito curiosas!


O maior ovo do mundoFabergé

sábado, 24 de março de 2012

Estou Cansado


Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa


terça-feira, 20 de março de 2012

Estação do ano

Qual a mais bela estação do ano?

-É a Primavera!

Ouve-se os passarinhos a chilrear

Sente-se um perfume no ar

E a temperatura amena

Convida a longos passeios dar…

E a mãe Natureza

Estende os seus raios

de sol para os nossos rostos

acariciar, as nossas roupas colorir

e os nossos sorrisos rasgar…

É a Primavera, a chegar!

DC

sábado, 17 de março de 2012

A paz

A paz não é um estado primitivo paradisíaco, nem uma forma de convivência regulada pelo acordo. A paz é algo que não conhecemos, que apenas buscamos e imaginamos. A paz é um ideal. Hermann Hesse


sexta-feira, 16 de março de 2012

Florbela Espanca

«Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...

Mais Este, Aquele, o Outro e toda a gente...

Amar! Amar! E não amar ninguém!»

Esta quadra de Florbela Espanca pertencente ao seu soneto "Amar" é reveladora da grandeza e da nobreza desta poetisa que viveu e amou de forma amargurada. Florbela era uma mulher incomum, à frente do seu tempo, um dos vultos mais importantes da poesia portuguesa do século XX. Nascida a 8 de Dezembro de 1894, com uma vida riquíssima, cheia de encantos e desencantos, amores e desamores, casou três vezes, a morte do irmão desfez-lhe o coração, chegou a estar num convento, foi considerada louca e suicidou-se no mesmo dia em que nasceu, tinha apenas 36 anos de idade e deixou uma obra vasta, rica e extraordinária.
In dezanove.pt/317549.htm

Florbela é um filme puramente português, realizado por Vicente Alves do Ó, e com atores como Albano Jerónimo, Anabela Teixeira, António Fonseca, Carmen Santos, Dalila Carmo e Ivo Canelas.
Este drama relata a vida íntima de Florbela Espanca após o fim da 1ª República, quando se refugia na província na companhia de um novo marido.
Veja o trailer clicando aqui ou na imagem.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A todas as mulheres...


Mulheres à beira-mar

Confundido os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.

Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.

Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
branco.

Com a boca colada ao horizonte aspiram longa
mente a virgindade de um mundo que nasceu.

O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.

E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
ser tão verde.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 3 de março de 2012

A morte


"Com o passar do tempo, há dois sentimentos que desaparecem: a vaidade e a inveja. A inveja é um sentimento horrível. Ninguém sofre tanto como um invejoso. E a vaidade faz-me pensar no milionário Howard Hughes. Quando ele morreu, os jornalistas perguntaram ao advogado: «Quanto é que ele deixou?» O advogado respondeu: «Deixou tudo.» Ninguém é mais pobre do que os mortos."
António Lobo Antunes