terça-feira, 26 de junho de 2012

Memórias da minha infância, no mês dos Santos Populares.


Recordo a cor e o cheiro do rosmaninho. As correrias para a mata em busca daquele arbusto que nos faria as delícias naquelas noites de luar, depois a coragem para saltar a fogueira, acontecimento que despoletava em nós, jovens estonteados, um êxtase indescritível.

Com as faces avermelhadas, num misto de excitação e medo, saltávamos por cima daquela chama enraivecida e perfumada, que crepitava só para nós. Em sinal de agradecimento pela coragem coletiva, soltávamos “vivas”, ríamos às gargalhadas e, sob o céu estrelado e o olhar atento e cúmplice dos adultos, a noite perfumada alongava-se em cantorias.

Eram os Santos populares, a festa do povo. Em jeito de homenagem, aqui fica esta singela quadra:

Com o cheiro a rosmaninho e as fogueiras ao luar

Novos e velhos, todos podem cantar:

“Vai de roda, vai de roda, vai de roda a girar

Venha lá a concertina, que nós queremos dançar!”

DC

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