É inevitável segurar o pensamento, travá-lo quando as palavras fluem num frenesim, buscando no papel a organização, um sentido.
As palavras desprendem-se de um corpo ávido por exteriorizar ideias, não importa sobre o quê, ou importa? Sim. Há sempre uma razão para escrever… uma mensagem que se pretende passar…
Veja-se uma onda gigante e um surfista desejoso de a apanhar. Numa primeira fase, ele observa-a e vê que ela se desfaz em pedacinhos de espuma. Findo o momento, anseia por uma nova onda para abraçar.
Escrever é um processo semelhante: a espuma são as ideias soltas, o papel é a prancha e o surfista é o escritor que traça na sua mente um trajeto: escrever palavras ondulantes de sentidos: concretos, abstratos, reais ou irreais, com um poder fantástico, na sua perspetiva. O texto vai avolumando, tal como a onda gigante, o escritor entusiasma-se e escreve… escreve…, agarra as palavras, agrupa-as de sentidos, abraça-as, cria o texto, a sua onda, e desliza sobre ela gritando extasiado pelo momento único que proporciona a si próprio. Outras vezes, funde-se na espuma, nas ideias soltas e sai de cena!
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