domingo, 10 de fevereiro de 2013

Naquela manhã

No final daquela manhã de sol quente e brilhante, rumava ao cemitério,em passo apressado. Aquele local sereno e silencioso,apenas perturbado pelos meus passos que pareciam abalar segredos selados debaixo de cada torrão!
Ao longe, um aglomerado de gente prestava as últimas homenagens ao finado. Era para lá que eu me dirigia!O padre acabara a sua oratória e legava ao coveiro o trabalho final. Aproximei-me. O silêncio humano, quebrado por um som estridente, que ainda perdura nos meus ouvidos: a terra caía abrutamente na sepultura, selando assim meio século de vida!
Naquele momento, uma brisa suave trouxe até mim o cheiro de  terra mexida, e de olhos postos no horizonte, com a vista  um pouco ofuscada pelo brilho do sol, fixei-me nas árvores que começavam a florir. Elas são o sinal da  primavera, de um ciclo de vida, a lembrar que o tempo não pára, para quem ainda vive...
Regressei a casa.

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