domingo, 22 de fevereiro de 2015

A minha ilha encantada (para os meus alunos)



Era uma bela manhã de inverno, o gelo cobria os telhados e o vento frio abanava as portadas da minha janela. Há dias que olhava para o barco do meu avô e pensei que tinha chegado o dia de partir à descoberta da minha ilha encantada: um local com uma grande variedade de vegetação muito verdejante, flores multicolores e perfumadas, florestas povoadas por inúmeros pássaros exóticos e animais pacíficos.
Desci à praia, a brisa marítima empurrava-me para a aventura e o barco deslizou pelas águas rumo ao desconhecido. Repentinamente as ondas aumentaram e eu perdi o controle da embarcação. Senti que o desespero se apoderava de mim quando uma enorme onda entrou dentro do barco e perdi os sentidos.
Acordei em terra firme, a imensa e variada vegetação colorida e o perfume que se espalhava à minha volta parecia pura magia. Seria a ilha que eu procurava? Decidi percorrê-la de uma ponta à outra, o sol brilhava no horizonte e quando regressava à praia vi sombras que fugiam e ouvi murmúrios. Parei a escutar e percebi a mensagem « Bem vinda à ilha de Oz!».
Pensei no feiticeiro e no desejo que sentia em conhecer o seu segredo, o segredo daquela ilha e fiquei tão feliz.
Subitamente senti as pernas a tremer, julguei que o medo se apoderava de mim, mas depressa percebi que estava sobre areias movediças, desatei a correr em direção ao barco e afastei-me.
Ao longe vi línguas de fogo que saíam do cume da montanha  e percebi que a minha ilha encantada tinha entrado em erupção.

Silêncio



O nosso silêncio pode silenciar os outros. 
DC