Num voo picado em direcção à Terra, a ave de rapina procura saciar a fome, enfrentando a escassez alimentar, fruto das rigorosas intempéries que assolam o seu habitat. À semelhança do necrófago, também o ser humano, procura avidamente sobreviver no planeta que o viu nascer. Mas agora, o velho gigante está doente e moribundo: geme angustiado e deambula rumo à desintegração.
O seu destruidor, espectador cego e já impotente, assiste à maldição que fez recair sobre si próprio e continua a caminhada suicida, movido pela força da ambição. E, nos inúmeros delírios que assolam a sua mente, é permanente o apelo ao cosmos: “Planeta habitável, procura-se!”
O ser humano tem comportamentos insondáveis, mas na génese deste desejo expresso, vislumbra-se a ansiedade da conquista, do domínio e da supremacia, pois os seus intentos não conhecem limites.
É urgente um novo planeta! Ele merece uma geração renovada, pacífica, justa e equilibrada, como a bíblica Arca de Noé!!!
DC
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