quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
É noite...
A dama vestida de negro,
esplendorosa e conselheira,
chega lenta e solitária.
Com a sua varinha mágica
liberta o silêncio, transfigura
o espaço, cuida e regenera.
No silêncio ouvem-se ecos longínquos,
sons inéditos, irreconhecíveis,
vozes sussurradas.
E com o passar da noite,
agitam-se os seres adormecidos
anseiam o dia, completa -se o ciclo.
esplendorosa e conselheira,
chega lenta e solitária.
Com a sua varinha mágica
liberta o silêncio, transfigura
o espaço, cuida e regenera.
No silêncio ouvem-se ecos longínquos,
sons inéditos, irreconhecíveis,
vozes sussurradas.
E com o passar da noite,
agitam-se os seres adormecidos
anseiam o dia, completa -se o ciclo.
DC
domingo, 17 de março de 2013
quinta-feira, 14 de março de 2013
Boca que fala o que coração sente
Em cada gesto do quotidiano
Pressente-se…
uma revolta contida num olhar sombrio
uma mensagem conturbada
nos gestos bruscos do vizinho tresloucado
Sente-se…
a frieza das palavras que ferem corações
o pensamento alucinado nas letras deixadas à solta
numa angústia transfigurada pela tormenta da vida!
Assiste-se apático …
à queda da razão e à ascensão da desilusão!
DC
Ó noite, porque hás-de vir sempre molhada!
Ó noite, porque hás-de vir sempre molhada!
Porque não vens de olhos enxutos
e não despes as mãos
de mágoas e de lutos!
Poque hás-de vir semimorta,
com ar macerado e de bruxedo,
e não despes os ritos, o cansaço,
e as lágrimas e os mitos e o medo!
Porque não vens natural
Como um corpo sadio que se entrega,
e não destranças os cabelos,
e não nimbas de luz a tua treva!
Poque hás-de vir com a cor da morte
- se a morte já temos nós!
Porque adormeces os gestos,
porque entristeces os versos,
e nos quebras os membros e a voz!
Porque é que vens adorada
por uma longa procissão de velas,
se eu estou à tua espera em cada estrada,
nu, inteiramente nu,
sem mistérios, sem luas e sem estrelas!
Ó noite eterna e velada,
senhora da tristeza, sê alegria!
Vem de outra maneira ou vai-te embora,
e deixa romper o dia!
Porque não vens de olhos enxutos
e não despes as mãos
de mágoas e de lutos!
Poque hás-de vir semimorta,
com ar macerado e de bruxedo,
e não despes os ritos, o cansaço,
e as lágrimas e os mitos e o medo!
Porque não vens natural
Como um corpo sadio que se entrega,
e não destranças os cabelos,
e não nimbas de luz a tua treva!
Poque hás-de vir com a cor da morte
- se a morte já temos nós!
Porque adormeces os gestos,
porque entristeces os versos,
e nos quebras os membros e a voz!
Porque é que vens adorada
por uma longa procissão de velas,
se eu estou à tua espera em cada estrada,
nu, inteiramente nu,
sem mistérios, sem luas e sem estrelas!
Ó noite eterna e velada,
senhora da tristeza, sê alegria!
Vem de outra maneira ou vai-te embora,
e deixa romper o dia!
Eugénio de Andrade, As mãos e os
frutos
domingo, 10 de março de 2013
sábado, 9 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
terça-feira, 5 de março de 2013
sábado, 2 de março de 2013
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