sábado, 1 de maio de 2010

Na serenidade da noite, o impulso para o nada.

Num movimento rítmico, os dedos deslizam sobre o papel branco, como os toques suaves nas teclas de um piano. As letras dispõem-se lado a lado, apura-se o sentido das palavras e afina-se a melodia que brota do pensamento.
O olhar fixa-se no nada e o silêncio da noite reina, convidando a outra parte do ser ao abandono do corpo.Por instantes liberta, evadida, a mente corre desnorteada, à procura de tudo e de nada e esbarra-se com o sonho, que encontra agitado. Perdida, à deriva, como barco em dia de tormenta, numa ânsia desmedida, retorna ao seu porto de abrigo e funde-se no corpo.

O corpo e a mente, de novo juntos, numa cumplicidade mútua, adormecem envoltos no silêncio da penumbra.
DC

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