Quero sentir a melodia do silêncio. No horizonte, quase a roçar as nuvens, vislumbro um bando de andorinhas apressadas, anunciando a chegada da noite. Parecem perdidas, esvoaçando estonteadas, numa azáfama, à procura do abrigo.
Neste silêncio que me envolve, ouço rasgos de um chilrear sussurrante, abafado pelo bater de asas, como orquestra ensaiando os primeiros acordes. O bando de andorinhas, em gratidão à mãe- natureza, despede-se do dia, voando numa dança circular.
Continuo de olhar fixo no firmamento, porque sinto que a beleza natural é inesgotável. Deixo-me enfeitiçar pelo silêncio do entardecer e permaneço contemplativa… Lá no alto, um brilho minúsculo cintila intermitente: é a estrela da tarde que me saúda.Com o cair da noite, outras estrelas se vislumbram e o céu adquire um brilho reluzente. O silêncio é entrecortado pelo piar de uma coruja e pelas sombras de morcegos que procuram o sustento na escuridão. A lua aparece, grandiosa, iluminando o céu e a terra.
Envolvida por esta paz mística, sinto a melodia do silêncio, nesta noite escura e quente.
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